Blog Alexandre Carvalho

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Primeiro triunvirato

Em 60 a.C., os três mais poderosos generais de Roma, Júlio César (o favorito da plebe), Pompeu (que triunfara na Hispânia) e Crasso (o homem mais rico de Roma), firmaram um acordo tácito denominado triunvirato (governo de três pessoas), para dividir o governo. A palavra triunvirato originou-se a partir de dois radicais do latim: trium- (três) e vir (homem). Assim, o nome é bem conveniente ao que realmente representou o triunvirato. Com a ajuda de Crasso e Pompeu, César elegeu-se cônsul e tornou-se encarregado da execução das medidas propostas pelos três.

Distribuiu terras da Campânia para os soldados de Pompeu; apoiou os partidários de Crasso na expulsão de Cícero, senador inimigo de Crasso e contrário às reformas político-sociais em Roma. Também fez com que as soluções administrativas adotadas por Pompeu em suas conquistas no Oriente fossem confirmadas pela Assembléia Popular. Para si, garantiu o domínio das Gálias Cisalpina e Transalpina, onde iria buscar glória militar na luta contra as tribos rebeladas e riquezas para pagar seus credores em Roma e sustentar suas ambições políticas. (Imagem: Mapa das incursões de César pela Gália.)

As Guerras da Gália duraram quase oito anos. Vercingetórige, herói gaulês que resistiu a César, foi preso e enviado a Roma; depois de definhar na prisão Mamertina, foi degolado. (Imagem: Vercingétorix, chefe dos gauleses, se rende à Júlio César.) Toda a Gália foi subjugada na campanha da Gália, graças às vitórias e pilhagens, César conquistou a reputação militar, fortuna e glória que lhe faltavam para igualar-se a Crasso e Pompeu.

Crasso, célebre pela luta contra Espártaco e pela fabulosa fortuna que acumulou, foi nomeado governador da Síria. Logo após a vitória contra Espártaco, numa entrevista com o general dos Partos, que ele deveria combater, foi assassinado. Nessa fase de acirrada disputa política, os soldados mantinham-se fiéis a seus generais, em função dos interesses clientelísticos que estes pudessem lhes garantir.

Durante as Guerras Gálicas, César procurou manter o triunvirato. Após a morte de Crasso, César e Pompeu passaram a disputar o poder único.
O Senado, temendo as ambições de César e seu controle absoluto sobre o experiente exército da Gália, procurou se aproximar de Pompeu, julgado mais cordato aos interesses dos senadores. No ano seguinte, a morte de Júlia(Filha de César e esposa de Pompeu) enfraquece a relação entre Pompeu e César. Sem mais nada a uni-los, Pompeu e César desfazem a aliança e transformam-se em inimigos.


Pompeu, grande general, considerado o mais ilustre cidadão de Roma desde a morte de Sila, em 54 a.C., exigiu de César o licensiamento do exército e a demissão do governo das Gálias. A candidatura de César ao consulado é barrada pelo Senado. A tradição romana não permitia que um general vitorioso entrasse na cidade acompanhado de seu exército, o que era uma forma de impedir que os militares pudessem sobrepor-se ao poder senatorial. (Imagem : O General Pompeu)

Quando se dirigiam para a capital, os generais dispersavam suas tropas.
César, no entanto, desconfiava das intenções do Senado e sabia que se licenciasse suas tropas perderia seu poder de barganha e teria suas pretensões políticas frustradas. Em 49 a.C., atravessou com suas legiões o rio Rubicão (que separava a Itália da Gália Cisalpina), limite de sua jurisdição, e disse a famosa frase: Allae Jacta est ("a sorte está lançada"). Quando soube que César havia atravessado o Rubicão com as tropas, Pompeu abandonou Roma.

César invadiu a Itália e marchou sobre Roma.
Tempos depois, as tropas de César venceram Pompeu na Farsália. Vencido, Pompeu fugiu para o Egito, onde foi assassinado pelos ministros do faraó Ptolomeu XII. César desembarcou no Egito, onde havia uma disputa pelo poder, e recebeu a cabeça de Pompeu. Conquistou o país e depôs Ptolomeu, colocando em seu lugar Cleópatra (que era irmã do faraó). Incendiou a Biblioteca de Alexandria.

César permaneceu nove meses ao lado da rainha Cleópatra antes de deixar o Egito, em 47 a.C.
Em 47 a.C., César dominou regiões da Ásia que se mantinham fiéis aos seguidores de Pompeu. Ao vencer os Farnaces perto de Zela, anunciou sua fácil vitória com a célebre frase: veni, vidi, vici! ("vim, vi e venci!"). Em Tapso, na África, César derrota os partidários de Pompeu. É nomeado ditador por dez anos. Em Munda, na Espanha, César desbarata os filhos de Pompeu. É nomeado ditador vitalício.

Dica: A primeira temporada do seriado ROMA, da HBO, retrata muito bem esta história entre César e Pompeu.

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