
Roma antiga
A Roma Antiga foi uma civilização que se desenvolveu a partir da cidade-estado de Roma, fundada na península itálica durante o século VIII a.C.. Durante os seus doze séculos de existência, a civilização romana transitou da monarquia para uma república oligárquica até se tornar num vasto império que dominou a Europa Ocidental e ao redor de todo o mar Mediterrâneo através da conquista e assimilação cultural. No entanto, um rol de factores sócio-políticos iria agravando o seu declínio, e o império seria dividido em dois. A metade ocidental, onde estavam incluídas a Hispânia, a Gália e a Itália, entrou em colapso definitivo no século V e deu origem a vários reinos independentes; a metade oriental, governada a partir de Constantinopla passou a ser referida como Império Bizantino a partir de 476 d.C., data tradicional da queda de Roma e aproveitada pela historiografia para demarcar o início da Idade Média.
Origens
A etimologia do nome da cidade é incerta, e são várias as teorias que nos chegam deste a Antiguidade; a menos provável indica-nos que derivaria da palavra grega Ρώμη, que significa bravura, coragem; mais provável é a ligação com a raíz *rum-, "Seios", com possível referência a uma loba (em latim, lupa) que seria adoptada pelos gémeos Rómulo e Remo que, segundo se pensa, seriam descendentes dos povos de Lavinium. Rómulo mataria o seu irmão e fundaria Roma. Nas últimas décadas, os progressos na língua etrusca e na arqueologia na Itália reduziram as probabilidades destas teorias, introduzindo novas hipóteses possíveis. Sabe-se, actualmente, que o etrusco era falado desde a região que se tornaria mais tarde na província romana de Récia, nos Alpes, até à Etrúria, incluindo o Lácio e toda a região para Sul, até Cápua. As tribos itálicas entraram no Lácio a partir de uma região montanhosa no centro da península itálica, vindos da costa oriental. Apesar das circunstâncias da fundação de Roma, a sua população original era, por certo, uma combinação da civilização etrusca e povos itálicos, com uma provável predominância de Etruscos. Gradualmente, a infiltração itálica aumentaria, ao ponto de predominar sobre os etruscos; i.e., as populações etruscas seriam assimiladas pelas itálicas, dentro e fora de Roma. Os Etruscos dispunham da palavra Rumach, "de Roma", de onde pode ser extraído "Ruma". Adiante na etimologia, tal como na maioria das palavras etruscas, permanece desconhecido. Que talvez possa significar "teta" é pura especulação. As associações mitológicas posteriores colocam em dúvida esse significado; afinal, nenhum dos colonizadores originais foi criado por lobos, e é pouco provável que os fundadores tivessem tido algum conhecimento sobre este mito acerca deles mesmos. O nome, Tiberius, pode perfeitamente conter o nome do Tibre (em italiano: Tevere). Acredita-se actualmente que o nome provenha de uma nome etrusco, Thefarie, e nesse caso o Tibre derivaria de *Thefar.
Primeiros povos italianos
Roma cresceu com a sedentarização dos povos no monte Palatino até outras colinas a oito milhas do Mar Tirreno, na margem Sul do rio Tibre. Outra destas colinas, o Quirinal, terá sido, provavelmente, um entreposto para outro povo itálico, os Sabinos. Nesta zona, o Tibre esboça uma curva em forma de Z contendo uma ilha que permite a sua travessia. Assim, Roma estava no cruzamento entre o vale do rio e os comerciantes que viajavam de Norte a Sul pelo lado ocidental da península. A data tradicional da fundação (753 a.C.) foi uma data convencionada bem mais tarde por Publius Terentius Varro, atribuindo uma duração de 35 anos a cada uma das sete gerações correspondentes aos sete mitológicos reis. Foram, no entanto, descobertas peças arqueológicas que indicam que a área de Roma poderá já ter estado habitada tão cedo quanto 1400 a.C.. Estas descobertas arqueológicas também confirmaram que no século VIII a.C., na área da futura Roma, houve duas povoações fortificadas, os Rumi, no monte Palatino, e os Titientes, no Quirinal, e, mais a Norte, os Luceres, que viviam nos bosques. Eram estas apenas três das numerosas comunidades itálicas que existiram no primeiro milénio a.C. na região do Lácio, uma planície na península itálica. No entanto, desconhecem-se as origens destes povos, embora se admita que possam descender dos Indo-europeus que migraram do Norte dos Alpes na segunda metade do segundo milénio a.C., ou de uma eventual mistura destes povos com outros povos mediterrânicos, talvez do Norte de África. No século VIII a.C., os itálicos — Latinos (a Oeste), Sabinos (no vale superior do Tibre), Úmbrios (no nordeste), Samnitas (no Sul), Oscanos e outros — partilhavam a península com outros grandes grupos étnicos: os Etruscos do Norte e os Gregos do Sul. Os Etruscos estavam estabelecidos a Norte de Roma, na Etrúria (uma zona correspondente ao actual Norte do Lácio e Toscana). Teriam sido eles uma grande influência na cultura romana, como claramente demonstrado pela origem etrusca dos sete reis mitológicos. Entre 750 e 550 a.C., os Gregos teriam já fundado várias colónias a Sul da península (que os Romanos mais tarde designariam por Magna Grécia), como Cumae, Neapolis (atual Nápoles) e Tarento (atual Taranto), bem como nos dois terços orientais da Sicília.
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