Blog Alexandre Carvalho

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Reino de Roma

Muito antes do Império Romano e da República Romana, existia o Reino de Roma. A Realeza ou Monarquia romana vai desde as origens de Roma à queda da realeza em 510 a.C. Ou seja, vai desde o momento lendário de sua fundação em 21 de abril de 753 a.C., até o final da monarquia em 509 a.C., quando o último rei, Tarquínio, o Soberbo (último dos reis Tarquínios), foi expulso, instaurando-se a república romana. A documentação desse período é precária, e até mesmo o nome dos reis são desconhecidos, citando-se apenas os reis lendários, apresentados nas obras de Virgílio ("Eneida") e Tito Lívio ("História de Roma").

As origens da monarquia são imprecisas, se bem parece claro que foi a primeira forma de governo da cidade, um dado que parece confirmar a arqueologia e a lingüística. A mitologia romana vincula a origem de Roma e da instituição monárquica ao herói troiano Enéias, quem, fugindo da destruição de sua cidade, navegou pelo Mar Mediterrâneo ocidental até chegar à Península Itálica. Ali fundou a cidade de Lavinium, e posteriormente seu filho Ascânio (ou Iulo) fundaria Alba Longa, de cuja família real descenderiam os gêmeos Rômulo e Remo, os fundadores de Roma.

Durante esse período o rei acumulava as funções executiva, judicial e religiosa, embora seus poderes fossem limitados na área legislativa, já que o Senado, ou Conselho de Anciãos, tinha o direito de veto e sanção das leis apresentadas pelo rei. A ratificação dessas leis era feita pela Assembléia ou Cúria, composta de todos os cidadãos em idade militar. Na fase final da realeza, a partir do fim do século VII a.C., Roma conheceu um período de domínio etrusco, que coincidiu com o início de sua expansão comercial.

No período monárquico ou real, a sociedade romana estava dividida em três classes:
  • Patrícios - Eram cidadãos romanos e detinham o poder economico e político;
  • Plebeus - Eram homens livres, porém sem direitos políticos;
  • Clientes - Ligavam-se a uma família patrícia, subordinavem-se ao seu patrono, devendo segui-lo na política e na guerra.Assumiam também obrigações economicas.
  • Escravos - Recrutados entre os derrotados da guerra , eram considerados instrumentos , sem nenhum direito político
Esse período teve dois setores importantes na política. São eles:
  • Assembléia Curial, a qual elaborava e aprovava as leis, além de escolher os reis
  • Senado ou Conselho dos Anciões, o qual possuía o direito de aprovar ou não as leis que o rei elaborava.

Nascimento de Roma

A origem da cidade de Roma pode situar-se espacialmente perto do monte Palatino, junto ao rio Tibre, em um ponto no qual existia um vau natural que permitia seu cruzamento, sendo além navegável desde o mar (localizado a 25 quilômetros rio abaixo) unicamente até essa posição. Neste ponto o rio transcorria entre várias colinas escavadas por seu curso (leito), isoladas entre si por vales que o Tibre inundava em suas cheias, o que convertia a zona em pantanosa, e pelo qual sua população de agricultores e pecuaristas foi em sua origem muito reduzida.

Este ponto estratégico apresentava uma localização fácil de defender em relação à ampla planície fértil que rodeava o lugar, protegido como estava pelo Palatino e as outras colinas que o rodeavam, sendo além de um cruzamento destacado nas rotas comerciais do Lácio central, e entre Etrúria e Campania. Todos estes fatores muito contribuíram ao êxito e a fortaleza da cidade.

A origem étnica da cidade provém da fusão das tribos latinas e da aldeia de Germal (Roma quadrata) com os sabinos de Viminal e o Quirinal, criando assim a Liga do Septimontium ou Septimoncial (Liga dos sete montes), uma confederação religiosa pré-urbana de clara influência etrusca, o poder hegemônico na península nesta época. O nome da cidade poderia remontar-se até a gens etrusca Ruma, apesar de existirem outras teorias a respeito.


Problemática histórica da monarquia romana

As crônicas tradicionais da história romana, que chegaram até a atualidade através de autores clássicos como Tito Lívio, Plutarco, Dionísio de Halicarnaso entre outros, contam que nos primeiros séculos da vida de Roma houve uma sucessão de sete reis. A cronologia tradicional, narrada por Marco Terêncio Varrão, mostra que foram 243 anos de duração total para estes reinados, isto é, uma que a média era de 35 anos por reinado (muito maior que a de qualquer dinastia documentada), ainda que está sendo desestimada atualmente, desde o trabalho de Barthold Georg Niebuhr. As crônicas tradicionais também se vêem inconsistentes ao analisar-se as evidências arqueológicas dos inícios de Roma.

Em algum momento desconhecido da etapa monárquica de sua história, Roma caiu sobre o controle dos reis etruscos. Os reinados dos primeiros monarcas são bastante suspeitos, devido a grande duração média dos mesmos e ao feito acrescentado de que alguns parecem estar arredondados em torno dos 40 anos de duração. Este curioso dado, que inclusive se destaca mais comparado com os reinados da atualidade em que a esperança de vida é maior, ficou explicado nas tradições romanas devido a que a maioria dos reis haviam sido cunhados de seu predecessor. Não obstante, é mais provável que somente os últimos reis desta etapa podem haver existido realmente, enquanto não ainda não temos evidências históricas referentes aos primeiros reis de Roma.


Lista de Reis de Roma

O rei em Roma, durante o periodo real (monárquico), era o magistrado único, vitalício e irresponsável. Discute-se se o poder do rei era, ou não, total e de natureza absoluta. Sua sucessão não se fazia pelo príncípio da hereditariedade ou da eleição, mas, pelo interrex (senador que, por designação do Senado, governava, na vacância do cargo real, pelo prazo de cinco dias, passando o poder nas mesmas condições, a outro senador, e assim por diante até que fosse escolhido o rei). Essa escolha, portanto, era feita por um desses interreges (não, porém, o primeiro), quando as condições políticas o permitissem. O rei, como chefe de Estado, tinha o comando do exército, o poder de polícia, as funções de juiz (criava e executava leis) e sacerdote, e amplos poderes administrativos (dispunha do tesouro e das terras públicas). Além disso, declarava guerra e celebrava a paz. Eram seus auxiliares: a) nas funções políticas:
  • o tribunus celerum (comandante da cavalaria);
  • o tribunus militum (comandante da infantaria)
  • o praefectus urbis (encarregado da custódia da cidade na ausência do rei).
b) nas funções judiciárias:
  • os duouiri perduellionis (juizes nos casos de crime de traição ao Estado);
  • as quaestores parricidii (juízes nas hipóteses de assassínio voluntário de um pater, isto é, do chefe de uma família.
c) nas funções religiosas
  • os membros do colégio dos pontífices;
  • os membros do colégio dos áugures;
  • os membros do colégio dos feciais.
Durante a Realeza (ou monarquia), segundo a tradição, Roma teria sido governada por sete reis, quatro latinos e sabinos e os três últimos de origem etrusca (pois esse povo acabou por dominar Roma). Esses reis não foram personagens históricos, mas, em toda lenda, há sempre um fundo de verdade.

Lista de reis

Reis latinos e sabinos
  • Rômulo (753 a.C. - 716 a.C.)
  • Numa Pompílio ou Panfílio (716 a.C. - 673 a.C.)
  • Túlio Hostílio (673 a.C. - 641 a.C.)
  • Anco Márcio (641 a.C. - 616 a.C.)
Reis de origem etrusca (Tarquínios)
  • Tarquínio Prisco (616 a.C. - 578 a.C.)
  • Sérvio Túlio (Mastarna em etrusco) (578 a.C. - 534 a.C.)
  • Tarquínio o Soberbo (534 a.C. - 509 a.C.)

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Um comentário:

Anônimo disse...

nooooosa...
maneiro aew...
issuh é o bicho...